4 estilos de liderança pós-pandemia. Qual deles é você?
/A crise desencadeada pela Covid-19 foi uma grande prova de fogo para as pessoas em cargos de liderança em organizações de vários segmentos. As rápidas mudanças aceleraram os processos de digitalização e obrigaram profissionais a encontrarem novas soluções tecnológicas para continuarem seu trabalho, à distância.
Nesse contexto, surgiram novas maneiras de liderar e de ser líder dentro das organizações, como forma de reagir às pressões externas.
De acordo com um estudo da empresa Page Group, em parceria com a Fundação Dom Cabral, intitulada “Realidade e percepções da alta liderança frente à crise”, a crise sanitária e econômica moldou novos perfis de liderança que surgiram como resposta à necessidade de tomar decisões rapidamente em meio a um cenário conturbado.
O estudo identificou quatro perfis de liderança, baseados na atitude do líder diante da crise e na sua relação com o seu meio. São eles: o cético, o orientado a pessoas, o autocentrado e o confiante. Também é possível que um líder apresente traços de mais de um perfil, pois a classificação não é arbitrária, mas sim uma amostragem.
A pesquisa foi realizada no final do ano passado, e contou com a participação de 230 executivos que ocupam cargos de presidente, vice-presidente, diretor, superintendente e outras posições C-level – alto escalão – em todo o país.
Confira as principais características de cada líder encontrado na pesquisa:
O cético
-Espera a recuperação econômica apenas em 2023
-Preocupado com a incerteza sobre a procura por seus produtos ou serviços
-Tende a centralizar a tomada de decisões com a intenção de ganhar agilidade
-Palavras-chave: crise, aprendizado, adaptação, decisão, criatividade e importância
Os líderes com o perfil “cético” são aqueles cujas organizações sofreram muito com a crise. A sua maior preocupação é garantir a sobrevivência da sua empresa e dos fornecedores. Sua atenção está direcionada para como ficará a economia com a desvalorização do real, e quais serão os impactos disso na balança comercial de importações e exportações. Eles ainda avaliam o impacto nas vendas por causa da menor demanda por seus produtos ou serviços.
A origem desse ceticismo todo é devido às expectativas de recuperação econômica somente a partir de 2023. O cenário de incertezas e instabilidades no mercado fez com que esses líderes adotassem uma postura mais centralizadora na tomada de decisões, com o objetivo de ser mais ágil e direto ao ponto.
Em meio ao contexto atual, o distanciamento social e o home office proporcionaram a esse líder cético mais espaço para tomar as decisões sozinho. E isso, mesmo ele acreditando que as reuniões de alinhamento são fundamentais para direcionar o trabalho de todos os times.
O orientado a pessoas
-Segurança e produtividade são suas grandes preocupações
-Foco em gestão de pessoas e soft skills
-Implantou medidas e benefícios visando o bem-estar dos colaboradores
-Palavras-chave: manter, crise, empresa, adaptabilidade, aprendizado, decisão, empatia, resiliência
A crise e o trabalho remoto provocaram até líderes mais experientes – com mais de cinco anos no cargo – a repensarem algumas de suas atitudes em relação às pessoas da sua equipe. Para esses líderes orientados a pessoas, a segurança e a produtividade dos colaboradores estão entre as suas maiores preocupações. Esse perfil de liderança se apoia na gestão de pessoas e soft skills aliadas ao desenvolvimento de habilidades estratégicas.
O curioso é que nem todos os gestores diziam ter esse perfil antes da crise. A situação fez com que eles desenvolvessem essa atenção como resposta à nova realidade. Os líderes orientados a pessoas afirmam terem se tornado mais sensíveis e empáticos às questões pessoais dos colegas e relatam terem se aproximado a um nível pessoal.
Com a proximidade do home office com a vida privada das pessoas, esses líderes passaram a ter acesso às questões particulares de seus liderados, e puderam enxergar as condições desafios de cada um sob um novo olhar. Tomando para si a necessidade de promover o bem-estar dos colaboradores, esses líderes buscaram adaptar a empresa às necessidades deles. Por isso, promoveram ações como reembolso de contas de luz e internet dos seus funcionários, ofereceram estações de trabalho da empresa, promoveram conversas individuais para saber como as pessoas estavam se sentindo, happy hours remotos e outras atividades virtuais de integração.
O autocentrado
-Já era centralizador na tomada de decisões antes da crise
-Acredita que é normal a flexibilidade diminuir um pouco em tempos incertos
-Trabalha em uma empresa pequena ou média de até 200 colaboradores
-Palavras-chave: flexibilidade, crise, assertividade, foco, eficiência, negócios
Em meio à crise, empresas de pequeno e médio porte que já tinham uma cultura de tomada de decisão mais centralizada tenderam a enrijecer-se ainda mais. O aumento da centralização aparece para esses líderes como um efeito da sobrecarga de trabalho.
Muitos gestores nessa situação relataram estar lidando com número mais elevado de tarefas do que antes. Aumentar a própria carga de trabalho surgiu como uma tentativa de diminuir os efeitos da crise na produtividade da empresa e na saúde física e mental de seus colaboradores.
Os líderes com perfil autocentrado lidam mais com atividades de reestruturação de custos e relações com fornecedores. Além disso, estão diante de desafios na gestão de equipes, agora em modelos de trabalho e dinâmicas com as quais nunca haviam lidado antes. Nesses casos, os trabalhadores podem estar todos no home office, ou então uma equipe presencial e a outra em casa. Com tantas variáveis novas, esses líderes preferem centralizar para si a tomada de decisões, direcionamentos e a comunicação. Dessa forma, na sua visão, a estrutura centralizadora permite ganhos para a empresa, pois facilita o entendimento das responsabilidades de cada funcionário, sem tantas interferências.
Para o líder autocentrado, essa atitude não significa menor transparência, mas apenas uma redução da flexibilidade, uma das características vistas pelos entrevistados como normais em meio a um cenário de crise.
O confiante
-Atua em parceria com fornecedores para cuidar da cadeia como um todo
-Enxerga oportunidades
-Incentiva uma gestão menos centralizadora
-Palavras-chave: crise, mudanças, possível, resiliência, agilidade, decisões, oportunidades
O perfil confiante tem uma visão mais otimista. Ele espera um maior faturamento e contratações em 2021, pois pode observar uma melhora na competitividade da sua empresa. Na sua visão, o desempenho positivo de um setor do mercado compensa outro que sofreu com a crise.
A principal fonte dessa confiança são os bons resultados obtidos, mesmo com os impactos econômicos da pandemia. Os líderes confiantes têm foco em ajudar fornecedores a promover a sustentabilidade da cadeia. A postura positiva e confiante também leva a uma gestão menos centralizadora.
Os líderes confiantes estimulam os times a terem eles mesmos a agilidade necessária. Eles também se interessam por montar equipes multidisciplinares voltadas para a inovação, otimizando as capacidades pessoais presentes na empresa para que não haja força de trabalho ociosa. Os confiantes acreditam que a crise ajudou a revelar o potencial das pessoas para reinvenção, pois muitas tiveram que aprender a trabalhar em outras áreas rapidamente, e tiveram a oportunidade de crescer. Por fim, a reação das pessoas frente à crise é sempre algo subjetivo e individual. O que a pesquisa fez foi encontrar traços comuns de postura em líderes que tiveram que enfrentar esse turbilhão de acontecimentos desde o início. Certamente, o contexto importa muito, e precisa ser entendido com mais detalhamento para se ter uma opinião precisa.
Mas, por outro lado, a pesquisa demonstrou que os líderes mais bem-sucedidos foram aqueles com inteligência contextual além das já conhecidas inteligências cognitiva e emocional. Saíram na frente aqueles líderes capazes de reagir rapidamente e adotar uma estratégia mais adequada às necessidades do negócio para enfrentar as dificuldades.
E você, se identificou com algum perfil de liderança?
Seja qual for o seu perfil, a melhor estratégia é sempre estar preparado para os desafios. E para isso, ter as contas em dia facilita ha hora de avaliar a situação real da sua empresa, e bolar o melhor plano de ação para os negócios!
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